O maior objetivo de uma clínica médica é oferecer tratamentos e diagnósticos mais assertivos. Essa capacidade técnica e relacional sustenta o propósito da prestação de serviços em saúde. Além disso, aumenta o reconhecimento da clínica, como sendo um local em que os profissionais sempre buscam o melhor para os pacientes.
Por isso, vamos trazer 6 dicas para você oferecer tratamentos e diagnósticos mais assertivos
- Crie um roteiro para a consulta;
- Tenha uma boa ficha de anamnese;
- Investigue o histórico do paciente;
- Fique atento à linguagem não-verbal;
- Não tenha pressa para diagnosticar;
- Aumente a adesão ao tratamento.
Agora, veja como aplicar facilmente cada uma dessas dicas.
1. Crie um roteiro para a consulta
Uma forma de garantir o conforto do paciente durante a consulta é explicar, no início da conversa, como o atendimento funciona. Por mais que a grande maioria das pessoas já tenha ido ao médico alguma vez, falar sobre problemas de saúde pode ser desconfortável.
Então, além de acolher o paciente com calma, você também passa as primeiras orientações de como a consulta funcionará. Com isso, você também demonstra a organização e o preparo para prestar o atendimento.
Essas palavras iniciais criam a base para a comunicação entre você e o paciente. Assim, ele terá maior facilidade para expressar seus sintomas e suas dúvidas. Na prática, diga que você fará algumas perguntas, que fará exames físicos e quais podem ser os procedimentos para aquele caso.
Então, não fale “vai ali e tira a roupa”. Explique o motivo do procedimento e pergunte se o paciente se sente confortável para fazer isso. Embora você esteja acostumado com esse passo a passo, para o paciente é sempre uma experiência particular.
Isso, aliás, nos leva à próxima dica.
2. Tenha uma boa ficha de anamnese
O paciente pode chegar na clínica e relatar todos os sintomas que teve desde a infância. Mas… isso é realmente importante?
Bom, além de descrever o roteiro da consulta, você precisa conduzir a conversa para o que é mais relevante ao caso atual. Especialmente na primeira consulta, é preciso focar em sintomas e sinais recentes.
Uma ficha de anamnese eficiente deixa essa entrevista inicial mais prática e objetiva. Claro, é preciso preencher essa fica com fidelidade. Então, ela deve ter apenas campos essenciais:
- Dados de identificação;
- Dados descritivos, como idade, altura, peso, tipo sanguíneo;
- Contatos para emergência;
- Condições físicas, fisiológicas e emocionais;
- Doenças e cirurgias anteriores;
- Medicamentos de uso continuo;
- Tratamentos em andamento;
- Tabagismo, alcoolismo uso de outras drogas.
- Limitações físicas.
De acordo com a sua especialidade, adicione perguntas específicas que sejam importantes para os casos que você costuma atender, tais como:
- Perfil de alimentação;
- Prática de exercícios físicos;
- Profissão do paciente.
Essa ficha deve conter perguntas que o paciente possa responder sozinho. Assim, você poupa tmpo da consulta, evitando fazer perguntas rotineiras. Dessa forma, você pode focar na comunicação direta com o paciente sobre aspectos mais específicos de sua condição atual de saúde.
Se essa ficha de anamnese estiver integrada com o prontuário eletrônico, as informações serão salvas no histórico do paciente. Assim, todo procedimento inicial com o paciente fica mais prático e ajuda você a prover tratamentos e diagnósticos mais assertivos.
3. Investigue o histórico do paciente
Após a conversa inicial e o preenchimento da ficha de anamnese, é preciso investigar o histórico do paciente. Se essa for a primeira consulta do paciente, isso deve ser feito durante o atendimento. Nas próximas consultas, porém, tudo estará registrado no prontuário. Então, basta você acessá-lo para relembrar.
O histórico do paciente pode mudar suas hipóteses diagnósticas. Afinal, em muitos casos, a repetição de eventos ou o conjunto de problemas de saúde podem indicar diferentes patologias – ou diferentes estágios de uma doença.
Outro aspecto relacionado com o histórico do paciente é a sua reação a medicamentos. Você precisa saber se o paciente já teve reações alérgicas ou efeitos colaterais muito fortes após usar certo fármaco.
4. Atenção à linguagem não-verbal
Durante a conversa com o paciente, muitas informações podem ser passadas de forma não-verbal. Você deve ficar atento a gestos, atitudes e mudanças súbitas de comportamento. Quanto mais aprimorada for sua análise, maior será a sua habilidade de obter informações importantes para oferecer tratamentos e diagnósticos mais assertivos.
Há muitas razões que levam o paciente a mentir ou a omitir informações durante a consulta. Essas razões vão desde timidez até comportamento manipulado, como ocorre frequentemente com pacientes em vício por opióides. A omissão de informações pode, ainda, levar o profissional a um diagnóstico equivocado e à escolha de um tratamento ineficiente. Por exemplo, quando o paciente omite que já tentou determinado tratamento. O pior é que isso pode acontecer, também, simplesmente, porque o médico não perguntou sobre o curso da doença e outras tentativas de combatê-la. Lembre-se: tudo está na comunicação!
Atente-se para sinais clássicos, como braços constantemente cruzados, falta de contato visual, repetição de movimentos, dificuldades para efetuar movimentos, etc. Esses comportamentos podem estar relacionados com omissão de informações, timidez, ansiedade ou incerteza sobre o quanto aquela informação seria pertinente.
5. Diagnóstico sem pressa
A coleta de informações sobre o paciente é a base do raciocínio clínico. Então, todos os dados devem ser integrados ao conhecimento técnico do profissional e aos estudos recentes. Dessa forma, é preciso manter-se atualizado em relação às inovações da sua área de atuação.
A construção do diagnóstico é assunto extensivamente tratado pela literatura especializada. O mais importante para oferecer tratamentos e diagnósticos mais assertivos é que você esteja aberto a diferentes possibilidades para cada caso. Busque sempre uma visão ampla da saúde do paciente antes de fechar um diagnóstico.
Utilize todos os recursos disponíveis para avaliar o caso. Compare resultados de exames com o histórico clínico do paciente. Acompanhe as mudanças na saúde do paciente e os sinais indicativos de estabilização, melhora ou piora no curso do tratamento.
6. Aumente a adesão ao tratamento
Uma chave para o aumento da adesão ao tratamento é a comunicação com o paciente. Ele precisa saber quais estratégias você está utilizando e os motivos para utilizá-las. Além disso, você precisa estar aberto às dúvidas, às opiniões e às solicitações do paciente. Dessa forma, você vai desenvolver um contexto colaborativo, em que o paciente também desempenha um papel no seu próprio tratamento.
A participação do paciente é óbvia do ponto de vista dos profissionais. Porém, isso precisa ficar claro na comunicação. Você precisa demonstrar que o paciente é também responsável pela efetividade daquela estratégia.
Assim, ao invés de o paciente abandonar o tratamento e as consultas, ele trata sugestões, observações e um relato mais preciso, visando encontrar alternativas que funcionem em seu próprio contexto.
Existem, também, inúmeras ferramentas tecnológicas que aumentam a adesão ao tratamento. Esse efeito deve-se à maior praticidade e à facilitação do processo de comunicação entre profissionais e pacientes.
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