Qual o nível de importância que você dá quando o assunto é conciliação medicamentosa? É algo muito falado na sua empresa e um tema que vive presente na sua cabeça e nas estratégias que você desenvolve para sua empresa que lida com assistência médica?
Médicos e farmacêuticos lidam com remédios o tempo todo. E essa prática tem dois lados: pode ser muito útil aos pacientes e ajudar com dores, desconfortos, mal-estar e tratamento de doenças que surgiram conforme os anos de vida se passaram. Mas também pode ser muito prejudicial se administrada de forma errada, seja pelo componente presente ou pela dosagem.
Por isso, nesse texto você vai entender o que é conciliação medicamentosa, como funciona e como aplicar na sua clínica.
O que é conciliação medicamentosa?
Conciliação medicamentosa é uma técnica utilizada tanto no ramo médico quanto na área farmacêutica para trazer harmonia ao tratamento dos assistidos, independentemente das doenças que estão enfrentando. Isto é, pode ser utilizado tanto para quem tem questões cardíacas, respiratórias, ginecológicas ou gástricas.
A conciliação medicamentosa é utilizada desde quando o cidadão dá entrada no sistema hospitalar ou então em um consultório, até o momento em que recebe alta.
Mesmo no momento de liberação para retorno à casa e rotinas, o paciente pode sair com uma lista de medicamentos que podem ser benéficos em determinadas situações que ele pode enfrentar e também uma relação de medicamentos que devem ser evitados para não entrar em conflito com o fármaco que ele precisa fazer uso contínuo.
Utilizar da conciliação medicamentosa a seu favor é sinônimo de adotar uma sistemática formalizada entre todos os membros do seu quadro de funcionários. Então é necessário saber quais medicamentos estão sendo utilizados já no momento de admissão, nos casos de transferência ou ainda na finalização dos trabalhos prestados.
O principal motivo da conciliação medicamentosa existir é para evitar problemas que estão relacionados aos medicamentos utilizados pelos pacientes, melhorando, assim, a farmacoterapia.
Qual a importância da conciliação medicamentosa?
Se existe discussão sobre o assunto é porque algum grau de importância ele tem. Não à toma, a conciliação medicamentosa já foi pauta para dissertações acadêmicas da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
Nesse artigo, vamos listar alguns itens que sugerem a necessidade de mais atenção e visibilidade da conciliação medicamentosa tanto de forma geral, mas também no dia a dia do seu estabelecimento.
A conciliação medicamentosa está diretamente ligada ao controle de eventos adversos que podem existir durante o tratamento de uma pessoa.
O problema com medicação é tão grande que até mesmo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, publicou uma atualização da Classificação Internacional de Doenças (CID 11) no início de 2022 e, nela há o item de resistência antimicrobiana. Para saber mais sobre a CID 11, veja como utiliza o CID 11 e se a CID 11 deve constar em atestados médicos.
Os códigos relacionados a esse tema foram modificados porque o uso exacerbado de alguns antibióticos levou a falta de resposta em alguns tratamentos. Se a conciliação medicamentosa fosse aplicada nesse contexto, os eventos adversos poderiam ser controlados.
Outro ponto é que a conciliação medicamentosa é uma área que trabalha a questão da segurança do paciente, ou seja, ações promovidas pelas empresas para diminuir possíveis danos que o assistido pode sofrer.
Dentro das políticas internacionais do segmento, está o desenvolvimento de estratégias para garantir o bem-estar da população enquanto recebem auxílio. Para saber mais sobre o assunto, clica aqui!
Para isso, é preciso ser muito criterioso ao indicar o uso de determinada substância para que o efeito seja totalmente positivo. É esse critério e preocupação que vão garantir o bom funcionamento do tratamento e afastar qualquer problema que o paciente possa ter com as medicações. Garantir a segurança de alguém quando se trata de assuntos de saúde, é também procurar formas para reduzir os índices de erro médico.
Como funciona a conciliação medicamentosa
Mudança na rotina é o termo chave para o bom funcionamento da conciliação medicamentosa. Todos os profissionais precisam estar cientes e comprometidos com esse tema.
Também é primordial lidar com pacientes de forma individual, seja na análise de qual escolha fazer ou na própria administração dos remédios, ainda que por via venosa ou oral.
Mesmo que o paciente tome determinado fármaco há anos, é preciso haver revisão. A quantidade de tempo e o bom funcionamento não são fatores determinantes e que excluem a necessidade de mudanças e da implementação de um tratamento à base de conciliação medicamentosa.
Tudo começa com os enfermeiros, que normalmente tomam conta daqueles que chegam ao consultório, fazendo uma triagem do que é uso contínuo e até mesmo se há alergias a algumas medicações.
Todas essas informações precisam ser transmitidas aos médicos que farão o atendimento, sempre de forma ágil e lúcida. O médico é o responsável por fazer essa avaliação mais densa e descobrir quais combinações podem ser mais proveitosas ao paciente que está buscando por auxílio.
Importante ressaltar que a conciliação medicamentosa pode acontecer tanto para o tratamento de doenças que foram agravadas ou então para o surgimento de novas enfermidades, necessitando ainda mais compatibilidade.
Por fim, os farmacêuticos clínicos entram em ação e conferem se há sentido na dosagem que foi indicada e na frequência de uso. Também é o momento de certificar data de validade, fabricante, lotes e possíveis recalls.
São muitas etapas que são distribuídas por profissionais com diferentes formações acadêmicas. Por isso há o consenso de que é um processo interdisciplinar e que precisa do envolvimento de todos que participam da assistência médica.
Como implementar a conciliação medicamentosa?
É interessante que você tenha um sistema que permite centralizar todas as informações do paciente. Isso porque fica mais fácil de anotar e consultar quais substâncias já foram ou ainda estão sendo utilizadas por cada paciente e ser mais assertivo ao sugerir uma primeira aplicação ou uma mudança na conciliação medicamentosa. Ainda que seja um histórico de décadas.
Se esse paciente veio de outra clínica ou estava sob os cuidados de outro profissional, também fica mais fácil de resgatar essas informações e dar sequência ao tratamento ou então verificar e conferir se as escolhas anteriores foram realmente as ideias e as mais eficazes para o caso em questão.
Clínicas que ainda trabalham de forma muito manual, podem encontrar muitas dificuldades ao longo do caminho para implementar a conciliação medicamentosa e fazer a manutenção no decorrer do tempo.
Por isso, utilize um bom software de gestão médica. Caso ainda não tenha escolhido o seu, faça isso agora mesmo a partir das dicas de como escolher um sistema médico confiável.
Mas resumindo, é importante que esse sistema tenha prontuário eletrônico, prescrição digital de acordo com as exigências do ICP-Brasil e plataforma completamente integrada com a Memed Brasil para que os profissionais tenham acesso a toda a gama de drogas que podem ser administradas legalmente no país.
Tendo essa ferramenta como aliada da rotina, podemos então seguir para os principais passos que você deve tomar para implementar a conciliação medicamentosa:
1 – Apuração de todos os medicamentos
Cada paciente está fazendo uso ou teve contato nos últimos anos, elaborando uma lista com o nome do fármaco, dosagem e em quais situações fez o uso até aqui. Essa relação deve ser compartilhada com demais médicos, enfermeiros e farmacêuticos do local. É importante que tudo esteja centralizado e de fácil acesso para todos.
2 – Avaliar resultado da conciliação medicamentosa
Com essas anotações em mãos, uma avaliação muito criteriosa precisa ser feita para entender quais combinações foram feitas anteriormente e avaliar qual foi o efetivo resultado dessa conciliação medicamentosa
3 – Verificar divergência
O ajuste deve ser feito no que houver divergência, medicamentos mais novos e eficientes que possam fazer a substituição ou falha nos resultados clínicos.
4 – Prescrever medicação
Prescrever nova medicação com as devidas dosagens.
5 – Informar mudanças para a equipe
Comunicar essa mudança a todos que fazem parte do processo, principalmente se há outros especialistas envolvidos no cuidado. A atualização no prontuário é mais do que importante e a comunicação direta com o restante da equipe também. A conciliação medicamentosa deve unir não apenas fármacos, como também profissionais.
6 – Segurança dos dados
Tomar cuidado com o armazenamento e compartilhamento dessas informações, já que precisam estar de acordo com o que foi estabelecido pela Lei 13.709 de julho de 2018 que trata sobre a Proteção de Dados. Esse zelo é crucial para que multas não sejam adquiridas e que para que o seu estabelecimento de saúde não seja fechado pelas autoridades.
7 – Conhecimento para os pacientes
Garantir que a conciliação medicamentosa seja de conhecimento dos pacientes que terão alta ou das novas unidades hospitalares que o possam receber em caso de alta. Mesma regra vale para quem iniciará os cuidados no estilo home care.
8 – Promover a consciência entre pacientes e familiares
Como a conciliação medicamentosa é importante e de como as orientações passadas em forma de lista precisam ser seguidas. Essa comunicação pode ser feita nas consultas e até mesmo por meio de materiais informativos espalhados pelo consultório, nos aplicativos e nas redes sociais.
De maneira geral, esses são os principais momentos em que o especialista precisa se atentar e aplicar técnicas de conciliação medicamentosa:
- Preenchimento de ficha no momento de entrada do assistido;
- Transferência de departamentos, seja da enfermaria para internação ou ainda de Centros de Terapia Intensiva para acomodações hospitalares convencionais;
- Transferências
- Cuidados na casa do próprio paciente.
Do ponto de vista empresarial, é interessante que a empresa e todos os departamentos que a compõem criem hábitos para trabalhar constantemente a conciliação medicamentosa. De acordo com as orientações da Agência de Pesquisa e Qualidade em Saúde dos Estados Unidos, é necessário:
- Gestores precisam definir papeis e estabelecer responsabilidades
- Integrar as práticas de conciliação medicamentosa com os demais processos que já são comuns e muito usuais aos funcionários
- Ter documentos que possam mapear toda a execução, desde fluxogramas até relatórios finais
Depois de ler todo esse conteúdo sobre conciliação medicamentosa, está mais claro o quão importante ela é e como deve ser implementado o mais rápido que for possível na sua clínica médica, não é?
Mas não para por aí! Esse é apenas um item de tantos outros que fazem parte da gestão de consultórios e especialistas que lidam com o físico e com a mente de centenas de pessoas todos os meses.
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