A Terapia ABA é uma das mais eficazes no tratamento do autismo, pois se baseia na análise do comportamento aplicada, que é uma ciência que estuda como o comportamento funciona e como ele pode ser modificado para melhorar a qualidade de vida das pessoas com transtorno do espectro autista (TEA).
Neste artigo você verá as etapas de atendimento da Terapia ABA, como são as sessões de cada consulta com os pacientes de TEA, e também as formas de intervenção e a estrutura de funcionamento para uma boa reputação e qualidade no serviço.
Atendimento na Terapia ABA
Como é a sessão da Terapia ABA?
Quem pode atender Terapia ABA?
Formas de intervenção
Estrutura de uma clínica de atendimento ABA
A tecnologia no tratamento
Atendimento na Terapia ABA
Novas técnicas de diagnóstico e tratamentos cada vez mais precisos: é o que o meio da saúde tem apresentado quando o assunto é o cuidado com o transtorno do espectro autista.
Em termos de diagnóstico, a grande novidade, de acordo com O Globo, é a identificação da condição por inteligência artificial. Segundo a matéria, a técnica que analisa a retina do paciente tem 100% de precisão. Já em relação ao tratamento, a Terapia ABA se mostra promissora.
Ao ter contato com um paciente de TEA, a primeira impressão deve ser transmitida com acolhimento e paciência para deixar o ambiente agradável, facilitando as manifestações verbais e demais comportamentos do paciente.
O contato com os responsáveis legais pelo paciente deve ser feito de forma acolhedora, sempre estabelecendo uma relação de confiança para que, durante o processo de terapia, eles fiquem tranquilos e seguros com o trabalho exercido pelo terapeuta.
Para realizar a Terapia ABA, o profissional deve estar preparado para as diversas reações que o paciente pode manifestar de acordo com o que já foi previamente diagnosticado. Algumas etapas podem ajudar no processo:
Avaliação inicial
Consiste em coletar informações sobre o histórico familiar, pessoal, escolar, médico e psicológico da pessoa com TEA para identificar seus pontos fortes e fracos, interesses e outros aspectos que impactam na interação com o paciente.
Essa avaliação permite ao profissional traçar um plano personalizado para o tratamento da pessoa autista.
Definição de objetivos
Nessa etapa serão estabelecidas metas claras, específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais ou, resumidamente, podemos chamar de método SMART, que serão usadas para cada área de desenvolvimento da pessoa com TEA.
Em suma, o método, feito por etapas, avança gradualmente através de pequenos progressos baseados na evolução do paciente em atingir objetivos.
Planejamento de intervenções
Por meio da avaliação inicial, é possível começar a traçar planos para as intervenções que serão aplicadas no tratamento do paciente.
O planejamento consiste em elaborar as atividades técnicas que serão realizadas, os materiais que precisam estar à disposição e outros materiais necessários para alcançar os objetivos definidos.
Execução das intervenções
É a parte prática onde as atividades serão realizadas seguindo os princípios de análise do comportamento aplicada. As intervenções podem envolver diversas etapas de treinamento:
- Funcional: tem como função ensinar novas habilidades ou reforçar as existentes com estímulos de repetições e incentivos.
- Acadêmico: envolve as habilidades de leitura, escrita e matemática por meio de materiais concretos e visuais.
- Ocupacional: ensina habilidades diárias, como a higiene pessoal, alimentação, vestuário, entre outros.
- Pessoal: aqui, são desenvolvidas estratégias para lidar com as emoções, frustrações e situações de estresse.
Essa abordagem em etapas também pode envolver a esfera familiar do paciente, ajudando-os a melhorar a maneira como a interação ocorre no processo de desenvolvimento das habilidades.
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Como é a sessão da Terapia ABA?
A sessão de Terapia ABA apresenta-se como uma oportunidade para a pessoa com TEA aprender novas habilidades, melhorar seu comportamento e aumentar sua qualidade de vida.
Cada sessão pode variar de acordo com o objetivo, o nível e as preferências do paciente. Geralmente as sessões são individualizadas, já que cada pessoa possui um traço de personalidade diferente, assim como necessidades específicas para sua atual condição.
Na prática, há o uso de dicas físicas, visuais e verbais para que o paciente consiga adquirir novos conhecimentos sobre seu comportamento.
Ao iniciar a interação com o paciente, será proposta a imitação de alguns gestos físicos isolados, ou gestos físicos somados a uma expressão verbal.
Um exemplo simples é o gesto de cumprimento, onde o paciente precisa olhar nos olhos e estender a mão, unindo dicas físicas, visuais e verbais, pois precisou utilizar três competências para praticar.
Em média, as sessões de terapia podem durar de 2 a 4 horas por dia. Já sobre a frequência, o recomendado para uma rápida evolução é de 5 dias. No entanto, esse tempo pode variar conforme as necessidades individuais do paciente.
Quem pode atender Terapia ABA?
O tratamento pode ocorrer com profissionais de diferentes especialidades na área da saúde. Tudo dependerá de quais são as dificuldades do paciente. A Terapia ABA também pode ser realizada em diferentes ambientes, como clínicas, escolas, domicílios ou comunidades.
Alguns dos profissionais que podem atuar são:
- Terapeutas: elaboram as avaliações de comportamento e planos de intervenção baseados nos princípios da ABA.
- Psicólogos: ajudam no tratamento tanto psicológico quanto pedagógico, ajudando o paciente a lidar com as emoções internas e a desenvolver a empatia pelo sentimento de outras pessoas.
- Fonoaudiólogos: esses profissionais trabalham com o estímulo à comunicação verbal e não verbal dos pacientes.
- Fisioterapeutas: participam ativamente na melhora da postura, assim como de outros movimentos que o paciente possa ter dificuldade em realizar.
- Educadores físicos: por meio de jogos e outras atividades com pessoas, busca fazer com que o paciente sinta-se confortável na interação coletiva, desenvolvendo também suas habilidades motoras.
Formas de intervenção ABA
As formas de intervenção da Terapia ABA podem ser divididas em três categorias: ensino estruturado, ensino não estruturado e ensino socializado. Veja a seguir o que cada uma delas significa:
- Ensino estruturado: é o tipo de intervenção mais comum e consiste em ensinar habilidades específicas para a pessoa com TEA, como se comunicar, se alimentar ou realizar tarefas acadêmicas. O ensino estruturado segue um plano pré-definido de atividades, que são apresentadas em pequenos passos ou etapas.
Cada etapa é ensinada individualmente, uma de cada vez, para garantir que a pessoa compreenda completamente antes de avançar para o próximo passo. Esse método utiliza reforço positivo para aumentar a probabilidade de repetição do comportamento-alvo.
- Ensino não estruturado: essa intervenção visa aumentar a autonomia e a generalização das habilidades aprendidas no ensino estruturado. O ensino não estruturado envolve situações reais ou simuladas que exigem da pessoa com TEA o uso das habilidades adquiridas.
Por exemplo, se a pessoa aprendeu a se comunicar usando gestos ou símbolos, ela pode ser incentivada a conversar com outras pessoas usando esses recursos. Também é utilizado o reforço positivo para estimular o comportamento desejado.
- Ensino socializado: é o tipo de intervenção que visa melhorar as habilidades sociais e interpessoais da pessoa com TEA. O ensino socializado envolve situações em grupo ou em interação com outras pessoas, como colegas ou familiares.
Por exemplo, se a pessoa tem dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, ela pode ser orientada a participar de atividades lúdicas ou educativas que favoreçam a comunicação e a cooperação. O ensino socializado também utiliza reforço positivo para promover o comportamento adequado.
As formas de intervenção da Terapia ABA podem ser realizadas em diferentes ambientes, como clínicas, escolas, domicílios ou comunidades. Elas podem ser feitas individualmente ou em grupo, dependendo das necessidades e preferências de cada pessoa.
O objetivo da Terapia ABA é promover o desenvolvimento de habilidades funcionais, reduzir comportamentos problemáticos e alcançar mais independência das pessoas com autismo.
Estrutura de uma clínica de atendimento ABA
Após a abertura do CNPJ e a aquisição do alvará de funcionamento, muitas dúvidas ainda podem surgir no processo de organização da clínica para o atendimento ABA.
A infraestrutura da clínica deve passar por um processo de planejamento, mesmo que os atendimentos já estejam ocorrendo. Podemos dividir a estrutura em dois pontos:
1. Espaço de atendimento
É o primeiro lugar onde a sua atenção deve estar voltada, já que será o ambiente no qual os pacientes serão tratados pelos profissionais da saúde.
É importante providenciar um espaço adequado de acordo com o perfil de pacientes, partindo da faixa etária ou das dificuldades específicas que esse paciente pode ter. Uma sala com um bom isolamento acústico é o ideal para realizar o atendimento a pacientes com sensibilidade auditiva.
Outro aspecto relevante é a recepção dos pacientes em sua clínica. Alguns itens essenciais são: água, sabão, papel higiênico e outros materiais de cuidado, como álcool em gel. Já para destacar a clínica, também é recomendado deixar café, chá e algumas revistas para leitura.
2. Materiais
Aqui temos alguns itens além dos essenciais para o atendimento. Entretanto, eles serão fundamentais para poder melhorar a qualidade de recepção, das terapias e da organização da clínica.
Um computador e uma impressora são materiais que não podem faltar em uma clínica, já que é por meio do computador que a agenda online e outros elementos importantes da clínica serão organizados e arquivados. Com a impressora, existem importantes registros, guias de atestado, indicações de medicamentos e outros tipos de documentos para entregar ao paciente ou seus responsáveis.
Além disso, temos o telefone. Por mais que nos dias atuais as marcações de consultas estejam sofrendo uma migração para o ambiente da internet, é importante possuir um telefone para assuntos de emergência médica ou para sanar as dúvidas de uma pessoa interessada no serviço.
Caso a clínica também seja preparada para o atendimento de crianças, a melhor opção é possuir jogos de tabuleiros, brinquedos, baralhos para jogos de cartas, papéis, lápis e outros materiais que possam aumentar o interesse da criança pela interação antes e durante a sessão de terapia.
A tecnologia no tratamento
A tecnologia é uma grande aliada da saúde, pois oferece soluções que melhoram a qualidade e eficiência dos serviços prestados aos pacientes. Desde a criação de vacinas e medicamentos até automação de processos e análise de dados, a tecnologia contribui para o avanço da medicina e promoção da saúde.
Existem diversas tecnologias que podem ser usadas na Terapia ABA, tanto para estimular o aprendizado dos pacientes, quanto para gerenciar e monitorar os dados comportamentais.
- Tablets, computadores e celulares: esses dispositivos podem ser usados para criar situações lúdicas e interativas, que despertem o interesse e a motivação dos pacientes. Por meio de alguns aplicativos, vídeos, jogos e outros tipos de mídia, é possível trabalhar habilidades comunicativas, memória, raciocínio e concentração.
- Softwares médicos: existem softwares desenvolvidos especialmente para auxiliar na Terapia ABA, o que facilita a integração e a supervisão de intervenções utilizadas pelos pacientes com autismo. Esses softwares permitem criar e gerenciar diversos planos de tratamento de forma personalizada, monitorar os progressos de cada paciente e emitir relatórios.
- Recursos terapêuticos: são materiais que podem ser usados para criar oportunidades de aprendizagem, baseados na ciência por trás da Terapia ABA. Alguns exemplos são: cartões com figuras ilustrativas que facilitam a interação, quebra-cabeças, dominós, livros, fantoches, entre outros. Esses recursos podem ser impressos ou digitais, tendo como objetivo o estímulo cognitivo, social e motor.
Essas são algumas das tecnologias que podem ser usadas durante as sessões de Terapia ABA. Elas trazem diversos benefícios para a clínica e o paciente, como diagnósticos mais precisos, devido ao uso dos softwares que facilitam a identificação e avaliação das condições de saúde; melhora no atendimento e uma gestão eficiente e mais organizada.