A CID 11 em pesquisas na área da saúde é um tema deixado para segundo plano quando o assunto é código global de doenças.
O caminho mais comum é trilhado para tentar entender qual o impacto direto que as tabelas divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) têm no dia a dia das empresas médicas. Dedicamos mais tempo falando da CID em:
- Preenchimento de guias de planos de saúde
- Segurança médica
- Inserção ou não em atestados médicos
- Preenchimento de prontuário
- Agilidade no atendimento sem perder a qualidade
Mas são poucas as vezes em que paramos para refletir como a catalogação de enfermidades pode ser benéfica para os avanços sanitários da população, seja na Europa ou na Oceania.
Esse texto vai te mostrar como a CID pode ser utilizada na área da saúde para contribuir com avanços médicos a partir de pesquisas científicas e mapeamento de enfermidades.
O que é CID?
CID é uma sigla padrão usada para falar das Classificações Internacionais de Doenças. A OMS publica dados tabulados e em formato de gráficos de tempos em tempos para nortear o dia a dia dos profissionais da saúde e também criar um panorama de como está a situação em cada país.
O trabalho desenvolvido não serve somente para classificar doenças, mas também: sinais; sintomas; queixas; circunstâncias sociais; causas externas e achados anormais.
A primeira vez que ocorreu essa divulgação foi em 1893. Há uma atualização periódica para medir os níveis, excluir doenças que já não fazem mais parte da sociedade e incluir novas que foram adquiridas pelos novos hábitos da época. Em 1989 foi publicada a CID-10 e essa versão foi usada até o fim de 2021.
Em janeiro de 2022 a CID 11 passou a vigorar, trazendo a inclusão de doenças como burnout, distúrbio de games e reformulando questões como autismo e transexualidade. Temos um texto no blog da Amplimed falando sobre Se você quiser saber mais sobre quais foram as atualizações da CID 11.
A CID 11 em pesquisas na área da saúde
Até aqui você já sabe que a CID 11 é muito utilizada no lado prático do setor de saúde.
Hospitais, clínicas, consultórios e laboratórios se baseiam nesses números para dar andamento em procedimentos e exames que fazem parte do processo de tratamento do paciente.
Mas os benefícios em existir uma linguagem global não param por aí! Ela também é muito vista no campo teórico e experimental da medicina. O uso da CID 11 em pesquisas na área da saúde é muito proveitoso.
Imagina uma sala em que vários objetos de formatos diferentes estão espalhados pelo ambiente. Em um primeiro momento não é possível entender com muita lucidez quais são todos os tipos de formatos que existem ali e nem qual tem maior quantidade.
Nessa mesma sala também há caixas de cores diferentes para que cada objeto seja organizado dentro delas, seguindo um padrão.
O objetivo é agrupar os objetos que são iguais e colocá-los dentro da mesma caixa. Por exemplo: tudo que tem formato triangular vai para caixa amarela e tudo que é redondo vai para a caixa azul.
Depois que esse processo de organização é feito, é possível verificar qual recipiente ficou mais cheio e qual ficou mais vazio. Revelando, então, qual formato é mais predominante naquele local.
Essa situação descrita é só uma metáfora para ficar mais simples de entender o procedimento. A CID 11 funciona exatamente assim quando o assunto é pesquisa científica.
Existe uma linha de raciocínio que pode explicar esse fato: cada doença descoberta até hoje por cientistas da área é associada a um tipo de código. Essa associação uniformiza a forma de comunicação de transmissão de mensagens, dispensando preocupações com idiomas e se fazendo entender por especialistas de todos os lugares do mundo. É a sistematização que proporciona a formação de grupos entre as enfermidades. Tudo isso torna o processo mais fácil para os médicos, psicólogos, dentistas, fisioterapeutas e demais profissionais.
A padronização de doenças ajuda no compartilhamento de dados entre os países, uma vez que a mesma enfermidade pode ter nomes extremamente diferentes de acordo com vocabulário, dialeto e cultura local.
Na questão médica, encontramos grupos que abrigam:
- Transtornos mentais e comportamentais
- Doenças infecciosas e parasitárias
- Tumores
- Doenças do sangue
- Doenças do aparelho digestivo
- Doenças do aparelho respiratório
- Doenças de pele
- Situações relacionadas ao parto, gravidez e puerpério
- Malformações congênitas
- Lesões
- Tipos de envenenamento
- Doenças no tecido conjuntivo
- Doenças do aparelho circulatório
- Doenças nos olhos
- Doenças no sistema nervoso
- Doenças metabólicas, nutricionais e endócrinas
Quanto mais descomplicada uma tarefa é, mais chances existem dela ser executada. Em outros termos, a facilidade para classificar diagnósticos que a CID 11 proporciona faz com que o número desses resultados aumente.
É nesse momento que começa o trabalho de análise e pesquisa dos cientistas. Com a existência de diversos grupos, eles podem começar a observar se determinada patologia é recorrente ou não e em qual lugar do globo terrestre é mais comum de ser detectada. Endemias, epidemias e pandemias são identificadas dessa forma.
A grande importância de criar e alimentar esse padrão de estudo é porque ele permite que algumas medidas sanitárias sejam tomadas em casos graves, como aconteceu na pandemia da Covid-19, quando diversas medidas foram divulgadas pela OMS e demais órgãos reguladores regionais na tentativa de conter o avanço e disseminação do vírus.
Os resultados da utilização da CID 11 em pesquisas científicas também ajudam na tomada de decisão de quais campanhas têm mais urgência de serem feitas e divulgadas pelo governo federal, estadual e municipal para auxiliar no combate a doenças.
Como a CID impactou os avanços da medicina
A CID 11 em pesquisas na área da saúde tem grande influência, sobretudo, na comunidade médica, independentemente da especialidade.
Quando é notado que uma doença está afetando grande parte da população, nasce a necessidade de criar vacinas ou medicamentos que possam auxiliar na redução do quadro infeccioso e também na transmissão.
Ainda utilizando o exemplo do coronavírus, foi no final do ano de 2019 que notícias sobre o surgimento de uma nova doença começaram a ser divulgadas, bem como a quantidade de casos que registraram crescimento nos números diariamente.
Se não tivesse classificação, não seria possível saber formalmente se a busca por hospitais, internações e mortes inesperadas estariam acontecendo pelo mesmo motivo ou por naturezas diferentes.
Como a utilização da CID já estava ocorrendo de forma padrão e inerente ao processo de exercício da medicina, foi compreendido que todos os casos estavam agrupados na mesma divisão e que por isso se trata então da mesma enfermidade ou ainda de sintomas decorrentes da doença.
Essa constatação fez com que grande parte da ala de pesquisa dedicasse o tempo para tentar mapear o vírus para então entender como combatê-lo.
No Brasil, a pesquisadora Jaqueline Goes de Jesus fez parte da equipe que analisou os primeiros genomas do novo coronavírus em apenas 48h após a confirmação do primeiro caso registro no país. A média para esse mapeamento no restante do mundo foi de 15 dias. O estudo dessa sequência fez com que houvesse uma diferenciação entre o tipo de vírus que infectou o brasileiro e o vírus que estava em circulação em Wuhan, na China, local em que a doença foi diagnosticada pela primeira vez.
A corrida pela vacina aconteceu em diversos continentes, o que levou à fabricação de diferentes imunizantes que foram utilizados por todos os países em tempo jamais visto anteriormente.
A sistemática não é exclusiva para o campo das doenças físicas. Com os transtornos mentais também funciona da mesma forma.
A OMS contabilizou mais de 264 milhões de pessoas com ansiedade em todo o mundo. Só foi possível chegar até esse número por conta da existência da CID 11 que tabelou a ansiedade no código F41.
Devido ao conhecimento desse grande volume, a Universidade Johns Hopkins nos Estados Unidos publicou um estudo que comprovou o benefício de 30 minutos diários de meditação para pacientes com quadro de ansiedade, depressão e dores crônicas. Servindo como mais uma ferramenta que pode ajudar no combate dos sintomas.
A mobilização para estudo e desenvolvimento de novas técnicas não acontece só quando existe uma grande quantidade de casos. Situações em que uma doença é muito letal ou tem intenso impacto na vida das pessoas e também dos familiares também são pesquisadas a partir da utilização da CID 11 e suas descrições.
Foi o que ocorreu no início do século XX quando Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas começou a mapear a Doença de Chagas. Ele descobriu todo o processo de vetor e o ciclo do protozoário, identificando quais medidas eram necessárias para cessar os sintomas e promover a cura.
O avanço na descoberta das características, sintomas, tratamento e profilaxia trabalha na resolução do quadro clínico, mas também na melhoria da qualidade de vida e sensação de bem-estar para os cidadãos. A utilização da CID 11 em pesquisas na área da saúde proporciona:
- Melhoria na atenção básica à saúde
- Comprovação de novas práticas integrativas
- Inclusão de novos tipos de terapia tanto em planos de saúde como consultórios particulares
- Redução da taxa de mortalidade
- Desenvolvimento de vacinas e combinação de novas medicações que auxiliam em tratamentos
- Cura de doenças
- Utilização de práticas menos invasivas e cooperação para medicina mais humanizada
- Descobertas de novos tipos de cirurgias
- Mais atenção com envelhecimento da população
- Mais preocupação com o desenvolvimento de uma vida com hábitos saudáveis
- Preocupação com o uso consciente e racional de recursos
- Monitoramento da saúde por meio de aplicativos
- Aperfeiçoamento do atendimento oferecido pelos estabelecimentos de saúde
A tecnologia foi a principal ferramenta para que novas doenças pudessem ser estudadas e catalogadas na Classificação Estatística Internacional das Doenças e Problemas Relacionados à Saúde.
Nesse texto trouxemos informações da utilização e benefícios da CID 11 em pesquisas na área da saúde, ressaltando casos de grandes proporções que são reconhecidos por todos.
Mas não pense que recursos tecnológicos podem contribuir para o avanço da medicina somente nas macros situações. Sua clínica também pode colher os benefícios!
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