O nome parece ser auto explicativo, afinal, riscos ocupacionais são aqueles ocasionados na sua ocupação, que podem representar perigo ao trabalhador.
Mas é necessário categorizá-los, pois muitos são os fatores que podem trazê-los à tona.
Desta forma, é possível, também, verificar quais medidas a empresa deve tomar para proteger seus colaboradores, aumentar o grau de segurança do trabalho e evitar situações conflituosas, como processos contra médicos ou, até mesmo, processos abertos pelos próprios em relação à instituição.
Neste artigo, abordaremos quais são maneiras adequadas de amenizar a ocorrência destes fatores de perigo na área da saúde, através de implementações de medidas coletivas e utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), entre outras.
O que são riscos ocupacionais?
Por que é importante conhecer os riscos ocupacionais?
Quais são considerados os 5 riscos ocupacionais?
Classificação dos riscos ocupacionais por cores
Como prevenir riscos ocupacionais no ramo da saúde?
Como gerenciar riscos ocupacionais?
A telemedicina na saúde ocupacional
O que são riscos ocupacionais?
Todo ambiente de trabalho proporciona algum nível de risco, isso não é exclusividade da área da saúde. Eles são os chamados riscos ocupacionais, que, com os cuidados corretos, podem não causar danos ao trabalhador.
Para categorizá-los e propor as melhores decisões a fim de evitá-los, foi criado um anexo à Portaria nº 25, aprovada em dezembro de 1994.
Nele, é possível encontrar uma tabela que determina em cores os grupos de risco.
Por que é importante conhecer os riscos ocupacionais?
Dos mesmos criadores de “conheça a história para que ela não se repita”, os riscos ocupacionais começaram a ser mapeados porque um dia se fez necessário.
É possível que algumas modalidades tenham surgido depois que acidentes aconteceram e a necessidade veio à tona.
E outras tantas tenham sido estipuladas de forma preventiva, uma forma de precaução sobre o risco antes mesmo que ele ocorresse.
Desta maneira, hoje, é possível zelar pelo bem estar e qualidade de vida dos trabalhadores da saúde, sem que eles adoeçam para que medidas sejam tomadas.
Mas, para mapear as estratégias de contenção, é necessário que a instituição conheça cada risco para não permitir que eles representem perigo.
Quais são considerados os 5 riscos ocupacionais?
As modalidades de riscos ocupacionais podem ser divididas em cinco grupos, de cinco cores diferentes.
Riscos físicos
São aqueles que se enquadram na propagação por ondas e se dissipam através do ar. Eles representam os agentes causadores.
Dentro desta categoria estão os ruídos, vibrações, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, frio, calor, pressões anormais, umidade.
Riscos químicos
São todos aqueles gerados no ambiente de trabalho, quando ocorre alguma exposição a agentes químicos.
São eles: poeira, fumo, névoa, neblina, gases, vapores, substâncias, produtos ou compostos químicos.
Riscos biológicos
Representa risco biológico o contato direto do colaborador com agentes patogênicos.
Para trabalhadores da área da saúde e instituições empregadoras, clínicas de pequeno ou grande porte, hospitais, laboratórios e outros, este é um dos maiores pontos de atenção em relação aos perigos ocupacionais.
Entre eles, encontramos: vírus, protozoários, bactérias, fungos, bacilos e parasitas.
Riscos ergonômicos
A ferramenta de trabalho de todo colaborador é seu corpo. Apesar de usado de maneiras diferentes para cada categoria profissional, é a base para executar qualquer função.
Dito isto, é necessário preservá-lo. Os riscos ergonômicos são aqueles que prejudicam a integridade corporal do trabalhador de alguma forma, prejudicando sua saúde.
Os seguintes exemplos se encaixam na categoria: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade, outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico.
Além disso, lesões por esforço repetitivo (LER’s) e problemas como surdez, seja ela temporária ou permanente, proveniente da exposição a decibéis acima do limite em ambiente de trabalho, também estão enquadrados nessa modalidade de riscos ocupacionais.
Acidente (riscos mecânicos)
Associado às ferramentas disponíveis para uso do funcionário, que deveriam ser um facilitador para a execução do seu trabalho, mas que, por falta de manutenção, podem provocar acidentes que causam danos à saúde.
Dentro desta modalidade estão dispostos as máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, problemas elétricos, probabilidade de incêndio, armazenamento inadequado, animais peçonhentos, outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Classificação dos riscos ocupacionais por cores
A tabela disponibilizada pela Portaria nº25 determina uma cor para cada classificação dos riscos ocupacionais.
Desta forma, as categorias ficam divididas em:
- Risco físico: verde
- Risco químico: vermelho
- Risco biológico: marrom
- Risco ergonômico: amarelo
- Risco mecânico (acidente): azul
Abaixo, você pode conferir o modelo original organizado e fornecido pela Portaria em meados de 1990.
Como prevenir riscos ocupacionais no ramo da saúde?
Algumas medidas para contenção de riscos valem para qualquer mercado e ramo de empresas, inclusive para instituições de saúde e seus respectivos profissionais.
Qualificação e quantificação de riscos
É o caso da qualificação e quantificação de riscos.
Uma das primeiras avaliações a serem feitas para evitar perigos que representam danos à saúde dos funcionários é determinar se ele está presente no ambiente, avaliar quais são os riscos presentes dentro da empresa para preveni-los e impedir que afetem os colaboradores. Qualificar um risco seria, portanto, atestar sua existência.
O segundo passo, logo após a qualificação, é a quantificação. Determinar em que quantidade esses fatores se encontram dentro da empresa.
Em equipamentos que já não passam por manutenção há algum tempo, em cadeiras que mantenham a postura inadequada dos funcionários ou perturbações sonoras que excedam os decibéis permitidos por lei.
Ter estes dados em mãos permite que uma estratégia adequada de prevenção e contenção seja traçada.
Por exemplo, na área da saúde os riscos facilmente contidos são as jornadas prolongadas e trabalho em turno e noturno.
Isto com o auxílio de uma agenda médica que permita administrar os horários de cada profissional em uma mesma base na clínica.
Comissão Interna de prevenção de acidentes
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) é um departamento obrigatório e regido pelas leis trabalhistas, portanto, deve estar presente em instituições públicas ou particulares que proporcionem vínculo empregatício.
A responsabilidade da comissão é prevenir doenças e acidentes causados em ambiente de trabalho.
Para que isso contemple o interesse de todas as partes envolvidas, empregado e empregador, ela é formada por membros representantes de ambas as classes, como determinado no Quadro I da NR-05.
Ações de conscientização de riscos
As empresas que praticam a promoção de ações para que os funcionários se conscientizem sobre os riscos ocupacionais e disponibilizam medidas protetoras têm uma maior taxa de sucesso na prevenção.
Algumas delas dedicam semanas inteiras ao assunto, as SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes), um evento voltado à disseminação de informações e instruções sobre riscos ocupacionais e segurança no trabalho, através de palestras, peças teatrais, demonstrações, oficinas.
Uso de equipamentos de proteção individual
Não é exclusividade da arquitetura ou da engenharia utilizar EPI’s para certificar a segurança de seus trabalhadores.
Na área da saúde temos, dentro dos próprios hospitais, alguns maquinários que requerem mais cuidado.
Para manuseá-los, a utilização de EPI’s garante menos riscos aos colaboradores.
Como gerenciar riscos ocupacionais?
As medidas citadas acima, além de auxiliarem na prevenção dos riscos ocupacionais, são, também, parte do Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais, disponibilizado pelo Ministério da Saúde e Governo Federal.
O programa conta com sistemas para identificar os perigos, avaliar os riscos e organizá-los por grau de importância, elaborar um plano estratégico e ação e descrever os resultados em relatório.
A telemedicina na saúde ocupacional
Durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19, a telemedicina ganhou força. Mas nem todos os atendimentos podem ser realizados somente a partir dela.
É o caso da medicina do trabalho que mede os riscos ocupacionais. Ela é a responsável, por exemplo, pelos exames admissionais aos quais um trabalhador é submetido quando entra em uma empresa.
Este exame, especificamente, precisa ser feito clinicamente, com a presença do paciente em consultório, e uma anamnese detalhada para o posterior acompanhamento, de acordo com a evolução de sua rotina de trabalho.
Esta informação é referente ao primeiro exame realizado, mas outros, solicitados posteriormente, podem contar com o auxílio da telemedicina para a saúde ocupacional, especialmente para garantir que o colaborador não tenha problemas com longos deslocamentos, muitas vezes em clínicas longe da empresa que trabalha.
Mas, com relação à emissão de documentos, atestados ou prescrições, que garantem tanto para o colaborador quanto para a clínica que ele, no momento do atendimento, está apto para exercer sua função, podem ser emitidos em versão física ou digital. Encaminhadas pelo médico do trabalho para a instituição empregadora, seguindo a legislação vigente que determina o uso de assinatura digital com certificação como validador.O sistema Amplimed possui assinatura digital padrão ICP-Brasil e prescrições médicas Memed em sua plataforma de telemedicina. Conheça o sistema e aproveite a praticidade e segurança!