A Telemedicina e a Telessaúde são diferentes iniciativas com um mesmo propósito: ampliar o acesso e aumentar a qualidade da prestação de serviços de saúde.
A pandemia de Covid-19 evidenciou a necessidade de aplicar inovações tecnológicas que contribuam com a segurança de profissionais e pacientes e aumentem a eficiência dos serviços de saúde. Além de possuírem propósito semelhante, também têm base em comum: a utilização de ferramentas tecnológicas de comunicação.
Essas ferramentas dão todo o apoio necessário para um atendimento de qualidade à distância, possibilitando uma alternativa válida para pessoas que possam enfrentar problemas com o deslocamento físico.
Neste artigo você vai saber definitivamente a diferença entre o que é telemedicina e telessaúde, quais os campos em que ela se insere, os benefícios de se usar uma plataforma voltada para o atendimento à distância e também critérios de avaliação para escolher a ferramenta mais adequada.
O que é telemedicina?
O que é telessaúde?
Quais são os campos de atuação da telessaúde?
Benefícios da telemedicina e da telessaúde
Como escolher a melhor plataforma de telemedicina para seus atendimentos
O que é telemedicina?
O Conselho Federal de Medicina (CFM) define a telemedicina da seguinte forma:
“Exercício da medicina mediado por tecnologias para fins de assistência, educação, pesquisa, prevenção de doenças e lesões, e promoção de saúde.”
Em geral, a telemedicina é uma forma de prestação de serviços de saúde à distância, por meio de tecnologias desenvolvidas para interação digital. Ela permite que médicos e pacientes interajam em tempo real e assincronamente, por meio de plataformas digitais, aplicativos e dispositivos móveis.
Embora a telemedicina já seja amplamente disseminada nos dias de hoje, a primeira experiência com esse tipo de tecnologia no Brasil ocorreu em 1990, quando os primeiros eletrocardiogramas (ECG) remotos foram testados. Desde então, essa ferramenta foi se aprimorando com laudos remotos, serviços de monitoramento à distância, entre outros.
Em 2011, o CFM publicou a Resolução nº 1.643, que regulamentou a telemedicina no Brasil, definindo seus conceitos, suas modalidades, normas e requisitos. Já em 2018, o CFM publicou uma atualização (Resolução nº 2.227) que permitiu a ampliação de seu escopo na telemedicina, abrangendo teleconsultas, telediagnósticos, teletriagem médica, telecirurgias e outras modalidades.
Já em 2020, diante da pandemia de Covid-19, o governo federal editou a Lei nº 13.989, que autorizou o uso da telemedicina durante a crise sanitária, sem restrições ou regulamentações específicas. Essa lei foi considerada um marco histórico para a telemedicina no Brasil, pois reconheceu sua importância e legitimidade como uma forma de prestação de serviço de saúde.
A possibilidade de ter uma teleconsulta sem precisar se locomover para o espaço físico da clínica é um grande atrativo para diversas pessoas que podem ter problemas de deslocamento, seja por causa do trânsito movimentado da cidade ou a distância excessiva. De toda forma, a alternativa online oferecida pela telemedicina supre essa carência quando necessária.
As clínicas que adotam a telemedicina possuem diversos tipos de recursos em relação às que atendem exclusivamente no modelo presencial. Esses recursos podem ser aplicados da seguinte forma:
- Consulta online: é possível atender o paciente a qualquer hora e de qualquer lugar, desde que haja acesso a um computador com conexão à internet;
- Bate-papo entre especialistas: você pode tirar dúvidas com outros profissionais e auxiliar colegas em casos complexos;
- Leitura e interpretação de exames: você pode interpretar resultados de exames e solicitar laudos de outros profissionais conforme necessidade;
- Monitoramento sem barreiras: você pode acompanhar, em tempo real, as indicações de aparelhos de monitoramento que estejam conectadas a seu paciente;
- Cirurgia robótica: sim, é possível comandar aparelhos via internet durante procedimentos cirúrgicos. Cabe alertar que é necessária a presença de um médico local.
Essas aplicações, além de beneficiar os pacientes, possibilitam que os profissionais acessem os melhores recursos para cada caso. Assim, a otimização do tempo e de custos é um dos maiores objetivos da Telemedicina.
Leia também: Como funciona a telemedicina: da regulamentação à prática
O que é telessaúde?
Embora os termos da telemedicina e telessaúde sejam parecidos, os conceitos são diferentes. A telessaúde é um conceito mais amplo do que a telemedicina, abrangendo todas as formas de prestação de serviços de saúde à distância. Já a telemedicina pode ser encaixada como uma subcategoria da telessaúde.
De acordo com o art. 12 da Portaria 2.546/11, do Ministério da Saúde,
“Entende-se por Telessaúde o estabelecimento autônomo que utiliza as tecnologias de informação e comunicação para realizar assistência e educação em saúde através de distâncias geográficas e temporais.”
A Telessaúde é componente da Estratégia e-Saúde (Saúde Digital) do Ministério da Saúde. Trata-se de uma política de Estado que aplica recursos tecnológicos de comunicação incorporados aos modelos atuais de atendimento, no âmbito do SUS. Assim, há o melhor aproveitamento de recursos financeiros e de profissionais, facilitando, por exemplo, o acesso a especialistas.
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Quais são os campos de atuação da telessaúde?
A telessaúde envolve uma vasta gama de modalidades diferentes para realizar o atendimento à distância. Dentre essas modalidades, podemos destacar:
- Teleconsultoria: aplica-se em forma de consultoria, realizada entre trabalhadores, profissionais e gestores na área da saúde. Para isso, são utilizados instrumentos de telecomunicação bidirecional, com a finalidade de esclarecer dúvidas sobre procedimentos clínicos, ações estratégias em saúde e questões relativas ao processo de trabalho em saúde.
- Telediagnóstico: daqui surgem os laudos e pareceres médicos à distância, com base em exames ou imagens enviados por outros profissionais de saúde. Com isso, é possível agilizar o diagnóstico e tratamento de diversas doenças.
- Telemonitoramento: é a tecnologia de comunicação aplicada para o monitoramento de parâmetros de saúde e doenças à distância. Pode incluir coleta de dados clínicos, transmissão, processamento e manejo por um profissional de saúde, utilizando sistema eletrônico.
- Teleorientação: tem o propósito de estabelecer o acompanhamento à distância de pacientes crônicos, em situação de risco ou pós-operatório por meio de dispositivos que transmitem dados clínicos, como a pressão arterial, a frequência cardíaca, glicemia, entre outros.
- Teleducação: utilização de TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação) para propor um processo de aprendizagem interativo sobre temas relacionados à saúde, com cursos ministrados à distância. Assim, o foco está na aprendizagem no trabalho, com temas transversais em diferentes campos de atuação.
- Telerregulação: é a regulação das solicitações de serviços de saúde à distância, por meio de critérios clínicos e epidemiológicos, com o intuito de garantir o acesso oportuno e adequado dos pacientes aos recursos disponíveis. Ela pode reduzir as filas de espera, otimizar o tempo dos profissionais de saúde e integrar os diferentes níveis de atenção.
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Benefícios da telemedicina e da telessaúde
Quando nos remetemos à telemedicina e telessaúde, automaticamente, o maior benefício proposto são as modalidades de atendimento remoto. Com isso, as possibilidades de prestação de serviço se expandem para mais pessoas, o que também faz com que o nome de sua clínica apareça com mais frequência. Somado a isso, também existem vantagens como:
Redução de custos
A telemedicina e a telessaúde podem reduzir muito os custos operacionais e de infraestrutura, de deslocamento e de tempo das clínicas, hospitais e unidades de saúde, além de aumentar a produtividade e eficiência de todo o time.
Ampliação do acesso
Como já mencionado, há uma expansão de horizontes, já que a possibilidade remota amplia o acesso à saúde para todos os tipos de pacientes, o que facilita a integração entre diferentes níveis de atenção e a articulação entre diferentes serviços de saúde.
Melhoria de qualidade
Todos os esforços para atender variados tipos de pacientes implica numa melhora da qualidade do serviço prestado, pois facilitam o acompanhamento dos pacientes, além de favorecer a atualização, a capacitação e a educação continuada de todos os profissionais de saúde envolvidos.
Aumento da satisfação
O aumento de satisfação se deve pela possibilidade que os pacientes têm de receber um atendimento muito mais rápido, conveniente, personalizado e humanizado. Isso permite que os profissionais de saúde ampliem seu campo de atuação e aumentem sua autonomia e reconhecimento.
Perceba que, na prática, essas modalidades de telemedicina possuem vantagens que vão ao encontro dos objetivos do projeto Telessaúde. De acordo com a página do Ministério da Saúde, o projeto visa:
- Transpor barreiras socioeconômicas, culturais e geográficas;
- Maior satisfação do usuário, maior qualidade do cuidado e menor custo;
- Atender aos princípios básicos de qualidade dos cuidados de saúde: segura, oportuna, efetiva, eficiente, equitativa e centrada no paciente;
- Reduzir filas de espera;
- Reduzir tempo para atendimentos ou diagnósticos especializados;
- Evitar os deslocamentos desnecessários de pacientes e profissionais de saúde.
A Telessaúde é regulada pela Portaria nº 2.546/11, do Ministério da Saúde. Já a Telemedicina deve obedecer às decisões do Ofício nº 1756/2020 e da Resolução CFM nº 1.643/2002.
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Como escolher a melhor plataforma de telemedicina para seus atendimentos
Como vimos, a telemedicina oferece diversos recursos para realizar atendimento à distância, o que facilita imensamente o acesso à saúde com profissionais de qualidade. No momento da escolha de uma plataforma de telemedicina é essencial revisitar alguns critérios de avaliação, os quais deixamos abaixo:
Segurança de dados
O primeiro critério para se escolher uma plataforma de telemedicina deve ser a segurança de dados. Com a implementação da LGPD na saúde, a proteção dos dados dos pacientes é ainda mais importante.
Por isso, é preciso verificar se a plataforma segue os padrões de segurança e criptografia exigidos pela legislação, e se possui certificações como a SBIS-CFM, que atesta a qualidade e a confiabilidade dos sistemas de informação em saúde.
Integração com outras funcionalidades
Outro critério importante é a integração da plataforma de telemedicina com outras funcionalidades essenciais para a gestão e o atendimento em saúde, como o prontuário eletrônico, o software de gestão, o agendamento online, o envio de lembretes de consulta, o pagamento online, entre outros.
Assim, você pode otimizar o seu fluxo de trabalho e oferecer uma experiência mais completa e satisfatória para os seus pacientes.
Facilidade de uso e recursos
A plataforma de telemedicina deve ser fácil de usar, tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. Ela deve ter uma interface intuitiva, um suporte técnico eficiente e um treinamento adequado para os usuários.
Além disso, ela deve oferecer recursos que facilitem e melhorem a qualidade do atendimento, como a possibilidade de compartilhar arquivos, anexar documentos, fazer anotações, prescrever medicamentos, emitir atestados, entre outros.
Termo de consentimento
É necessário permitir o envio do termo de consentimento para os pacientes, que é um documento que informa sobre os riscos, benefícios e limitações da telemedicina, e que deve ser assinado pelo paciente antes da realização da teleconsulta. Esse termo é obrigatório pela legislação e pela ética médica, e deve ser armazenado de forma segura pela plataforma.
Lembretes de consulta
A plataforma deve enviar lembretes de consulta para os pacientes, por meio de SMS, e-mail ou WhatsApp, com antecedência suficiente para evitar faltas ou atrasos.
Esses lembretes devem conter as informações necessárias para a realização da teleconsulta, como o link de acesso, o horário, o nome do médico, entre outros. Essa é uma forma de garantir a pontualidade, a organização e a satisfação dos pacientes.
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